Estudo Arqueológico em Nova Roma/GO
Resultados das Investigações Arqueológicas
Estudo de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico aponta evidências significativas e propõe medidas de gestão para salvaguarda do patrimônio cultural
A Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico da área de mineração em Nova Roma (GO), atualmente em fase de licenciamento cultural junto ao IPHAN-GO, revelou dados importantes sobre a presença e o estado de preservação do patrimônio arqueológico local.
O empreendimento analisado envolve a implantação de lavra e beneficiamento de minérios, além de estruturas de apoio como oficinas, escritórios e áreas de circulação, em um contexto de alta complexidade ambiental e arqueológica. A investigação abrangeu 63% dos pontos planejados, dos quais 582 foram escavados. Apesar dos desafios — como solo intransponível, afloramentos rochosos e áreas de difícil acesso —, a pesquisa identificou três ocorrências líticas e dois sítios arqueológicos com indícios de atividade humana.
Além desses achados inéditos, o estudo também atualizou o cadastro do sítio Petroglifos do Córrego Areias (GO00336), já documentado no município no contexto do Projeto Bacia do Paranã. A análise do uso do solo e das características geomorfológicas locais apontou uma predominância de formações do cerrado, com destaque para savanas florestadas, áreas de pastagem e zonas mineradas historicamente impactadas pela exploração de cassiterita nos anos 1970 e 1980.
Em termos de relevo e solo, o território se apresenta como montanhoso e de difícil acesso, com predomínio de Cambissolos e Neossolos litólicos — solos rasos e instáveis, pouco favoráveis à conservação de contextos arqueológicos intactos.
A pesquisa também teve um importante componente de extroversão e diálogo com a comunidade local. Foram realizadas ações educativas e de sensibilização com moradores, ajudantes de campo e colaboradores, abordando a importância da arqueologia no contexto do licenciamento ambiental e promovendo o reconhecimento dos sítios como patrimônio cultural protegido por lei. As ações de divulgação alcançaram mais de 37 mil pessoas nas redes sociais da Totem Consultoria em Arqueologia durante os meses de fevereiro e março de 2025.
Diante dos resultados, o estudo recomenda a adoção de programas de gestão específicos nas porções sensíveis identificadas e em áreas de acesso limitado, garantindo a compatibilização entre o empreendimento e a proteção do patrimônio arqueológico.